A importância que o espaço público tem nos espaços urbanos e a forma como este molda os mesmos na criação de cidade, foram as premissas base para o desenvolvimento do conceito deste projeto.
O local da intervenção é o resultado de uma parcela sobrante onde a proposta procurou estabelecer ligações pedonais que explorassem a permeabilidade do quarteirão. São estas ligações, estes vazios, que não só tornam o quarteirão permeável mas que também regulam e definem o espaço construído onde há lugar à implantação dos três volumes que aqui se erguem estabelecendo uma nova continuidade urbana.
Três volumes foram concebidos com geometria variável, criando uma relação dinâmica com o ambiente circundante. O projeto incorpora uma combinação de espaços cheios e vazios, promovendo um sentido de comunidade ao mesmo tempo que mantém a privacidade. As arestas suavizadas dos volumes conferem um toque orgânico, contrastando com a envolvente urbana e industrial. O conceito centra-se na interação entre espaços, redefinindo limites e criando uma estética distinta para o edifício.
O sistema estrutural proposto consistiu na realização de um exoesqueleto de betão, acompanhado por lajes pré-fabricadas para fornecer flexibilidade interna. As fachadas são compostas por elementos modulares de betão e vãos permeáveis, ocasionalmente preenchidos por floreiras, com o objetivo de reduzir a área envidraçada e criar um padrão visual no exterior. Os materiais propostos asseguram robustez e minimizam potenciais problemas de manutenção futura, garantindo um bom estado de conservação.