Igreja de Santa Maria Maior

Portugal
ISMM

Partindo da matriz do lugar, a intervenção procurou, antes de mais, aproveitar a topografia existente de forma a poder ser criada uma base funcional, monolítica, que receberia as funções ligadas às atividades paroquiais, sobre a qual será implantada a igreja, permitindo, assim, o uso completamente independente destes dois blocos funcionais.

A Base:

Começamos com a ideia de implantar a igreja numa plataforma nivelada pela rua que liga à igreja, facilitando e reforçando a importância deste eixo de ligação entre o presente e o passado. Tal opção permitiu-nos criar uma espécie de base funcional, que aproveita os desníveis entre ruas para poder ganhar expressão e função.

A imagem de uma base monolítica, sólida e perene no tempo, invade-nos por completo, assim como a ideia de aproveitarmos todo o seu interior para criarmos os serviços de apoio às atividades religiosas, tais como salas de catequese e respetivo secretariado, cartório paroquial, sala de atendimento do pároco e capelas mortuárias, distribuídas em torno de um pátio circular de dimensões generosas, numa clara referência contemporânea aos claustros clássicos, por onde se pode deambular em reflexões introspetivas no dia-a-dia da paróquia.

A Igreja:

A nossa proposta passava por colocar a igreja sobre a base anteriormente caracterizada, assumindo um papel de destaque no enquadramento urbano.

Exteriormente, a igreja apresenta-se como um volume simples, de cor branca, evocando a simplicidade e a pureza, que reage às solicitações de fluxos da envolvente e torna a suas faces ligeiramente côncavas, permitido libertar mais espaço para que as pessoas se possam concentrar em torno da igreja, acentuando simultaneamente as linhas perspéticas que definem a forma, conduzindo as pessoas em direção aos pontos de entrada.

A entrada na igreja é feita por dois extremos opostos, a entrada principal, é feita por uma porta de grandes dimensões, que simboliza Cristo (“Eu sou a Porta” Jo 10.7-9. Mt. 7.7-8 Ap. 3.20) e pretende-se que seja um convite à descoberta e à oração. A porta é protegida pela supressão esférica, de escala transcendental, enquanto se enfatiza a ideia de proteção e preparação para a entrada no espaço de oração.

A segunda entrada para a igreja localiza-se no lado oposto à entrada principal, com uma escala mais reduzida, reclamando para si uma utilização mais controlada, desta mesma entrada. Este acesso permite uma entrada direta para a sacristia e capela do santíssimo de forma mais direta.

O interior da igreja explora o arquétipo de igreja na sua vertente mais clássica, com uma nave central e duas naves laterais, ainda que com um toque de contemporaneidade. A nave central surge assim como um espaço abobadado, com proporções generosas, rasgada por uma entrada de luz contínua que nos guia até ao presbitério, espaço que remata a nave central, criando uma espécie de abside contemporânea.

Na lateral à nave central surge de um lado uma nave lateral, de menor escala, com teto igualmente abobadado, que culmina num pequeno absidíolo consagrado à imagem de Santo Tirso, tendo ao longo desta nave pequenos nichos para receberem as imagens dos santos.

Do outro lado da nave central, situam-se os espaços de caracter mais introspetivo, como é o caso do batistério, o confessionário e a capela do Santíssimo. Estes espaços relacionam-se diretamente com a igreja, mas assumem uma posição mais recatada que convida à introspeção e à oração.

  • Ano de Projecto:
  • Área:
  • Localização:
  • Código: 15ISMM
  • Coordenadores:
  • Henrique Marques | Arquitecto
  • Rui Dinis | Arquitecto
  • Colaboradores:
  • Marco Santos | Arquitecto
  • Marta Silva | Arquitecto
  • Tiago Maciel | Arquitecto
  • Directora Financeira:
  • Carla Duarte | CFO